Clínica Médica
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Associação entre esteatose e fibrose hepática com o grau de sensibilidade à insulina em pacientes com obesidade grave e diabetes tipo 2 - um estudo transversal

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Equipe medclub
Publicado em
14/12/2022
 · 
Atualizado em
7/5/2023
Índice

À medida que a epidemia de obesidade cresce, a prevalência de doenças cardiovasculares, diabetes mellitus tipo 2 (DM2), dislipidemia e doença hepática gordurosa não alcóolica (DHGNA) aumenta constantemente. A DHGNA pode evoluir para outros problemas hepáticos, incluindo cirrose, carcinoma hepatocelular e insuficiência hepática. Apesar disso, ainda não se compreende totalmente o mecanismo de evolução de uma doença gordurosa hepática para um estado fibrótico ou de esteato-hepatite. A diminuição de sensibilidade à insulina pode acelerar esse processo de acúmulo de gordura no fígado ao aumentar a liberação de ácidos graxos pelo tecido adiposo e pelo efeito hiperinsulinêmico em processos anabólicos.

Nesse estudo, 98 pacientes realizaram ressonância magnética de abdome, teste de fibrose e três métodos de mensuração de sensibilidade insulínica (HOMA2S, Matsuda ISI e MinMod SI) para determinar a relação dos níveis de esteatose e fibrose hepática com a sensibilidade insulínica em pacientes com obesidade mórbida e DM2. Mais de 75% dos pacientes com obesidade grave e DM2 tinham graus moderados a altos de esteatose e 80% possuíam fibrose moderada. 

Apesar disso, não foi encontrada relação entre grau de fibrose hepática e nível da sensibilidade insulínica, mas há sim associação do grau de sensibilidade hepática à insulina com a esteatose. Ressaltando que essa associação não é com a sensibilidade insulínica periférica, mas com a sensibilidade hepática à insulina – dado sinalizado ao observar discrepância entre sensibilidade à insulina derivada de IGTT (teste intravenoso de tolerância à glicose) e medidas de sensibilidade à insulina baseadas em OGTT (teste oral de tolerância à glicose).

Pacientes obesos e diabéticos com DHGNA possuem hiperinsulinemia e dislipidemia mais graves, assim como menor sensibilidade à insulina, quando comparados aos pacientes sem DHGNA. A hiperinsulinemia é tanto uma causa como consequência da DHGNA. Para melhorar o diagnóstico de DHGNA e a previsão de sua progressão, mais estudos são necessários para revelar as vias de mecanismos patológicos envolvidas na DHGNA e na sensibilidade à insulina em pacientes com obesidade e DM2.

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