A Revista Lancet publicou, em julho de 2018, um artigo de revisão que aborda a necessidade da iniciação precoce dos cuidados paliativos para as pessoas que vivem com HIV (PVHIV). O começo do artigo explica que com a chegada e introdução da terapia antirretroviral (TARV) todo o prognóstico das PVHIV foi modificado, pois houve um aumento na quantidade e, principalmente, na qualidade de vida, transformando o HIV numa doença crônica.
Uma das revisões sistemáticas estudadas pelo autor do artigo relata que os sintomas físicos e psicológicos apresentados pelos pacientes portadores do HIV são semelhantes aos dos pacientes com câncer avançado (fadiga, cansaço, fraqueza, anorexia, dor, náuseas e vômitos).
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Outra situação a ser pontuada é que o uso da TARV permitiu aos PVHIV viver mais, no entanto, passaram a apresentar comorbidades ao longo da vida, algumas delas foram as neoplasias que não são definidoras de AIDS, como as neoplasias de pele não-melanoma, a neoplasia anal e de pulmão. Com isso, foi observado na Austrália, Europa e EUA que a taxa de crescimento de mortes não relacionadas à AIDS, em pessoas que vivem com HIV, está crescendo.
No que tange aos cuidados paliativos para os PVHIV, foi fácil observar que não há necessidade de uma equipe diferenciada para atender essa população, já que a prevalência dos sintomas associados ao HIV são similares a outras condições. No entanto, outros entraves como estigma e discriminação, além das aceitações pessoais do processo, podem ser complicadores do cuidado. Por isso, o cuidado centrado na pessoa, na visão holística da saúde deve ser o foco da paliação. Dessa forma, a dor total, que abrange todas as esferas do ser humano podem ser objetivamente cuidadas.
O que o artigo conclui?
O autor lançou mão de trials randomizados e controlados sobre cuidados paliativos. Eles mostraram que esse passo é de extrema importância para a redução do sintoma de fardo, e melhora a função física e psicológica do paciente, além de diminuir a mortalidade em internamentos. Outras conclusões das revisões sistemáticas foram: a discussão sobre o final da vida e suas documentações, a diminuição do estresse psicossocial tanto dos pacientes quanto dos cuidadores, a concordância e satisfação no cuidado com o paciente, além do aumento da qualidade de vida.
Além disso, foi observado que a realização dos cuidados paliativos no médio a longo prazo seria até mais efetivo. Diante do exposto, fica notório que o cuidado paliativo e o cuidado de fim de vida são direitos do ser humano, permitindo ao paciente e a família viver bem com a progressão da doença, e suas agudizações, a fim de minimizar os internamentos e suas intervenções desnecessárias.
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