A revisão de escopo publicada pela revista Nutrients teve como objetivo analisar sistematicamente artigos disponíveis na literatura sobre a relação da dieta com sintomas de ansiedade. Os transtornos de ansiedade são importantes causas de incapacidade, tendo como características essenciais o medo excessivo e persistente, bem como mecanismos de esquiva para ameaças percebidas. É o grupo de distúrbios psiquiátricos mais comum, e se estima que sua prevalência seja de 31.2%.
O Transtorno de Ansiedade Generalizado (TAG é definido pela presença dos sintomas de ansiedade acompanhados por queixas de inquietação, irritabilidade, dificuldade de concentração, tensão muscular, distúrbios do sono e fadiga por pelo menos 6 meses. Para além da TAG, são exemplos de transtornos da ansiedade o transtorno do pânico, a agorafobia e a fobia social. A presença de ansiedade é associada ao aumento do número de consultas na atenção primária, departamento de emergência e consultas com especialistas. O tratamento preconizado para esses pacientes consiste na psicoterapia e no tratamento farmacológico com inibidores seletivos de recaptação de serotonina.
Os autores descreveram a relação de sintomas de ansiedade com os principais macro e micronutrientes: carboidratos, proteínas, gorduras, íons e vitaminas. Assim, dos 12 estudos incluídos na revisão sobre carboidratos, 9 evidenciaram que o consumo de açúcares artificiais, como aspartame e sorbitol, provocaram piora dos sintomas de ansiedade.
Além disso, os autores descrevem a relação da má nutrição proteica com a piora dos sintomas ansiosos, e a dieta com alto teor de gorduras foi descrita em diversos estudos com roedores como ansiogênica. Entretanto, estudos observacionais em humanos identificaram que a dieta com consumo aumentado do ômega-3 atuou como ansiolítica. E mais, ainda sobre os estudos observacionais em humanos, verificou-se que o consumo adequado de vitamina C e E estão associados com menores níveis de ansiedade.
Já as relações da ansiedade com o consumo de vitaminas do complexo B não foram evidenciadas nos estudos descritos nesta revisão. Sobre os minerais, a deficiência de zinco, magnésio e selênio foram mais frequentemente associados com sintomas de ansiedade.
Por fim, diversos estudos relacionaram a ingestão de frutas e vegetais com a diminuição nos níveis de ansiedade, visto que dos 60 estudos avaliados na revisão, 58 reportaram diminuição dos níveis de severidade da ansiedade com o consumo desses alimentos.
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