A donovanose, também chamada de granuloma inguinal, é uma doença pouco frequente, e que acomete principalmente indivíduos localizados em regiões de clima tropical e subtropical. É associada à transmissão sexual, entretanto, apresenta baixa transmissibilidade.
O que é donovanose?
A donovanose é uma infecção sexualmente transmissível (IST) crônica e progressiva, que acomete principalmente a pele e a mucosa da região genital, perianal e inguinal. Tem como agente etiológico a bactéria Klebsiella granulomatis, que apresenta um período de incubação de 8 dias a 6 meses
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Sintomas da donovanose
As características mais comuns da lesão da donovanose são o surgimento de lesão nodular e em número variado, que posteriormente evolui para uma úlcera de borda plana ou hipertrófica, bem delimitada e de fundo granuloso. A lesão não é dolorosa e é altamente vascularizada, de coloração avermelhada e que sangra facilmente após contato.

Para mais, a úlcera pode evoluir com surgimento de lesão vegetante, vegetante e ulcerosa ou elefantiásica. Essa última é uma sequela tardia, resultante de obstruções do sistema linfático. As lesões são comumente múltiplas, sendo frequente a configuração em “espelho” em sua distribuição. E mais, eventualmente, o paciente pode apresentar sintomas sistêmicos.

Além disso, como mencionado anteriormente, as lesões têm predileção por regiões de dobras e pela região perianal. E mais, não ocorre adenite na donovanose, entretanto, é possível que haja formação de pseudo bubões (granulações subcutâneas) na região inguinal, que são quase sempre unilaterais.
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Diagnóstico da donovanose
O diagnóstico da donovanose é realizado através da abordagem geral às úlceras genitais, que incluem história clínica detalhada, exame físico minucioso e realização de exames complementares. Entretanto, o tratamento é comumente iniciado de forma empírica devido a demora nos resultados dos exames complementares, ou mesmo devido a falta de acesso a esses.
Assim, o exame histopatológico e citopatológico da lesão ulcerada podem identificar os corpúsculos de Donovan.

A donovanose possui diversos diagnósticos diferenciais. Entre eles, deve-se descartar sífilis primária, o cancróide e a tuberculose cutânea. E ainda, a amebíase cutânea, as neoplasias ulceradas e a leishmaniose tegumentar americana. Por fim, observe o fluxograma abaixo demonstrado como manejar o paciente com úlcera genital.

Qual o tratamento?
Observe a tabela abaixo com as opções terapêuticas para tratamento da donovanose:
Nos pacientes em que não houver resposta na aparência da lesão nos primeiros dias de tratamento com o ciprofloxacino, recomenda-se a associação com um aminoglicosídeo. A gentamicina, na dose de 1 mg/kg/dia, intravenoso, 3x/dia, por pelo menos 3 semanas ou até a cicatrização terapêutica é uma boa opção para esses casos.
Para mais, em pacientes vivendo com HIV, os esquemas terapêuticos são os mesmos. Entretanto, a terapia parenteral com gentamicina deve ser considerada nos pacientes mais graves. E ainda, em caso de sequelas de destruição tecidual ou obstrução linfática importante, pode ser necessário tratamento cirúrgico.
Por fim, o critério para a cura da donovanose é o desaparecimento das lesões e, até então, não foram relatadas infecções congênitas pela Klebsiella granulomatis. E mais, devido a baixa transmissibilidade, não é necessário tratar as parcerias sexuais do paciente.
Conclusão
A donovanose, embora rara e de baixa transmissibilidade, permanece uma condição importante a ser reconhecida por médicos e estudantes de medicina, especialmente em áreas tropicais e subtropicais. Portanto, conhecer suas manifestações clínicas, opções terapêuticas e critérios de cura é essencial para garantir o manejo eficaz e a melhora da qualidade de vida dos pacientes afetados.
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FONTES:
- LIAO, A., et al. Ginecologia e Obstetrícia FEBRASGO Para o Médico Residente. 2ª edição. Barueri (SP): Manole, 2021.
- Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Atenção Integral às Pessoais com Infecções Sexualmente Transmissíveis - IST / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis - Brasília: Ministério da Saúde, 2022.
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