O periódico New England Journal of Medicine publicou uma revisão sobre o manejo da glicemia na diabetes mellitus tipo I (DM tipo I) em pacientes pediátricos. A DM tipo I é causada por uma destruição progressiva autoimune de células beta das ilhotas de Langehans, responsáveis pela produção de insulina. Os fatores desencadeantes ainda são desconhecidos, mas sabe-se que o paciente acometido apresenta predisposição genética. A incidência da DM tipo I é de 25 para cada 100.000 habitantes, com pico na fase puberal (entre 10 e 14 anos), sendo mais comum em países nórdicos que em países de região equatorial. Entre 30 e40% dos pacientes com DM tipo I apresentam a cetoacidose diabética, uma emergência médica, que frequentemente é a primeira manifestação da doença. O diagnóstico se dá quando: 1) o paciente apresenta glicemia de jejum ≥ 126 mg/dL; 2) glicemia após 2 horas do teste de tolerância oral à glicose ≥ 200 mg/dL; 3) glicemia realizada aleatoriamente ≥ 200 mg/dL, associada a poliúria e perda de peso e 4) níveis de hemoglobina glicada ≥ 6,5%.
Os autores recomendam que o paciente pediátrico realize acompanhamento em centro especializado. Além disso, que 1) ambos paciente e família sejam educados acerca do automonitoramento da glicose; 2) sejam informados das técnicas adequadas para a injeção da insulina e como calcular a dose correta a ser aplicada; 3)informações sobre nutrição adequada; 4) conheçam os alvos glicêmicos, e 5)saibam como realizar o manejo da hipoglicemia.
Para mais, os autores recomendam iniciar o tratamento com o esquema basal-bolus, composto preferencialmente por uma insulina de ação longa, e uma insulina de ação rápida ou ultrarrápida. Como manejo inicial, recomenda-se a utilização de canetas, para injeção da insulina basal, e canetas de insulina “inteligentes”, para a administração em bolus. Essa última está associada à diminuição de eventos hipoglicêmicos em crianças, além de realizar o monitoramento digital da insulina com o emprego de aplicativos para celulares.
Os autores também recomendam o uso de monitores contínuos de glicose no público pediátrico, a fim de diminuir a frequência da necessidade de furar os dedos para orientar o manejo das doses de insulina. Após alguns meses de tratamento, são sugeridos o uso das bombas de insulina, reduzindo assim a quantidade de injeções aplicadas na criança, bem como permitindo maior flexibilidade em sua rotina. Por fim, essas bombas estão associadas a menores taxas de hipoglicemia severa, cetoacidose diabética e ainda menores níveis de hemoglobina glicada, quando comparada a múltiplas injeções durante o dia.
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Fonte: New England Journal of Medicine
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