Pediatria
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Alergia às proteínas do leite de vaca na atenção primária: como diagnosticar?

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Equipe medclub
Publicado em
24/7/2023
 · 
Atualizado em
19/9/2023
Índice

A Revista de Residência Pediátrica, produziu um artigo de revisão no ano de 2021, voltado para os médicos da atenção primária, com o objetivo de manejar pacientes com alergia às proteínas do leite de vaca. Ele abordou as principais diretrizes, como a MAP (Milk Allergy in Primary Care guideline) e a iMAP (International Milk Allergy in Primary Care guideline)  para o diagnóstico e tratamento da APLV. Vale lembrar que, a alergia às proteínas do leite de vaca (APLV) é uma das alergias alimentares mais comuns na primeira infância, sendo uma reação adversa de caráter imunológico e reprodutível. 

Classificação da alergia às proteínas do leite de vaca

Com o embasamento científico das diretrizes nacionais e internacionais, pode-se classificar a APLV em imunomediada por IgE e a não-mediada por IgE ou mista. Sendo as mediadas por IgE de início rápido após a exposição ao alérgeno, por isso são mais presentes as alterações dermatológicas (urticariformes), já as não-mediadas são tipicamente crônicas e acontecem horas e até dias após a exposição, com os sintomas gastrointestinais como principais. 

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Como deve ser feito o diagnóstico?

Para iniciar o processo do diagnóstico, é preciso se atentar aos seguintes pontos:

  • Idade de início e natureza dos sintomas;
  • Frequência da manifestação;
  • Tempo entre ingestão e início dos sintomas;
  • Quantidade necessária, método de preparação, reprodutibilidade, influência de fatores externos na manifestação;
  • Diário alimentar;
  • Registros prévios de peso e de comprimento;
  • Detalhes da alimentação prévia; e
  • Respostas às dietas de restrição e intervenções terapêuticas instituídas 

Unidas a isso a história pessoal e/ou familiar (pais ou irmãos) de doença atópica, como dermatite atópica, rinite alérgica ou alergia alimentar e asma também devem ser referenciadas, e serão de grande valia no diagnóstico

Falando sobre os exames laboratoriais para os pacientes com alergia às proteínas do leite de vaca, caso sejam sugestivos de alergia mediada por IgE, as dosagens séricas de IgE específicas in vitro podem ser solicitadas. Quando a suspeita for de uma APLV não mediada por IgE, não há evidências de que qualquer biomarcador, incluindo IgE específicas para leite e frações, auxiliem no diagnóstico.

Ainda acerca do diagnóstico, o artigo aponta que o melhor instrumento diagnóstico, após a melhora clínica é a dieta de exclusão do leite de vaca (LV) e derivados  da genitora com posterior reintrodução do LV.  O TPO (teste de provocação oral) é considerado o exame padrão-ouro, e consiste em administrar o leite de vaca de forma gradual e progressiva, por equipe capacitada e em ambiente controlado para atendimento de reações potencialmente fatais. 

Tratamento para a alergia às proteínas do leite de vaca

No que tange o tratamento, o artigo de revisão destaca que a exclusão do alérgeno ainda é a melhor opção. Ele sugere que as mães devem ser encorajadas a continuar a amamentação e evitar restrições lácteas em sua dieta, a menos que a criança tenha sintomas que indiquem essa necessidade. 

A maioria das crianças com APLV melhora com o uso da fórmula extensamente hidrolisada (FeH). Em geral, as diretrizes sugerem o uso de fórmula de aminoácidos (FAA) apenas para apresentações mais graves de alergia às proteínas do leite de vaca. Mesmo assim, a restrição do LV na dieta ainda é considerada a melhor forma de tratar e de prevenir reações potencialmente graves, e sua recomendação é unânime entre as diretrizes.

Conclusão

Por fim, fica claro no decorrer do texto a necessidade do entendimento da diferença entre APLV e intolerância à lactose. Para com isso realizar a melhor propedêutica para o paciente, sem acarretar prejuízo a sua qualidade de vida.

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