Artigo publicado na revista Allergy da EAACI (European Academy of Allergy and Clinical Immunology) Task Force Report versa sobre a necessidade de novos fluxogramas para os clínicos gerais quando o assunto é alergias e hipersensibilidade. Diante do discorrido pelo artigo, fica claro que a ideia não é o diagnóstico concreto, assim como faz um especialista, mas tem como propósito que os clínicos sejam mais assertivos em suas condutas e tenham menor chance de serem iatrogênicos.
Durante a pesquisa foram realizados 5 tipos diferentes de fluxograma, um sobre asma, outro sobre anafilaxia, alergia alimentar, alergia medicamentosa e por fim um sobre urticária. Para a sua realização foram excluídos os pacientes com rinite, por julgarem o fluxograma do ARIA fácil de ser seguido. Além disso, o grupo multidisciplinar foi composto por: dois alergologistas, um pneumologista/especialista em alergia, um pesquisador, quatro clínicos gerais e três estudantes do PhD.
No fluxograma da asma, os critérios levados em consideração foram: a probabilidade baseada na história clínica e no exame físico e o diagnóstico dependendo da probabilidade e possibilidade de testagem, que nesse caso o mais indicado seria a espirometria, para confirmar ou afastar o diagnóstico de asma. Já no fluxograma sobre anafilaxia as situações eram: ou um paciente que está potencialmente experienciando a anafilaxia ou um que tem a possibilidade de experienciar a anafilaxia. Acerca da alergia medicamentosa o abordado foi: 1) diferenciar alergia/hipersensibilidade medicamentosa das reações adversas ao medicamento ou 2) como manejar pacientes que estão sofrendo de alergia/hipersensibilidade medicamentosa ou 3) como manejar pacientes que têm história de alergia/hipersensibilidade medicamentosa.
No que concerne ao diagrama de fluxo da alergia alimentar o foco era diferenciar dentro das IgE mediadas: 1) diferenciar a alergia alimentar de outra situação relacionada com comida ou 2) determinar o que seria alergia alimentar. Por fim, quando foi escrito sobre o diagrama da urticária foi abordado a diferenciação entre aguda e crônica. Esses pontos acima relatados surgiram com o intuito de orientar de forma mais segura os clínicos gerais que por ventura vierem a se deparar com essas situações.
Ademais, como ponto positivo, o estudo mostrou a necessidade de fluxogramas acessíveis e intuitivos. No entanto, por ter sido realizado em apenas em um único continente, na Europa, existe uma dificuldade de reproduzir a análise em nível mundial a fim de promover a universalização dos fluxogramas. Por isso é preciso aplicá-los em outros locais do mundo.
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FONTE:
- Rihmer: Allergic and hypersensitivity conditions in non-specialist care: Flow diagrams to support clinical practice. Allergy. 2022; 77:2618–2633.
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