A avaliação da doença arterial coronariana (DAC) envolve a avaliação da probabilidade pré-teste de o paciente apresentar a doença. Seguida dessa análise, que envolve a clínica e exames complementares, deve ser escolhido o melhor teste para a avaliação diagnóstica.
Em pacientes com suspeita clínica intermediária é recomendado um teste diagnóstico não invasivo. A angiotomografia de coronárias (angioTC) pode ser uma alternativa à cineangiocoronariografia (CATE) quando os testes não invasivos são duvidosos ou não diagnósticos.
A vantagem de realização da angioTC é a sua menor invasividade, com menor potencial de complicações, em relação ao CATE. Nesse contexto, o estudo DISCHARGE, publicado no New England Journal of Medicine, comparou essas duas modalidades diagnósticas, em pacientes com doença arterial coronariana estável e probabilidade pré-teste intermediária.
Como foi realizado o estudo?
O estudo foi um ensaio multicêntrico, randomizado com 3561 pacientes, dentre os quais 3523 tiveram follow-up completo. O ensaio teve como desfecho primário a ocorrência de eventos cardiovasculares maiores (MACE) no seguimento de 3,5 anos. Os desfechos secundários foram a necessidade de revascularização e complicações relacionadas aos procedimentos, ocorridos nas primeiras 48h. Foram incluídos pacientes com probabilidade pré-teste intermediária e que foram referenciados para a realização de CATE.
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O que o estudo trouxe de novo?
O desfecho primário, ou seja, complicações cardiovasculares maiores (morte por causa cardiovascular, AVC não fatal, IAM não fatal) ocorreram em 2,1% dos pacientes do grupo angioTC e em 3% dos pacientes que realizaram CATE (hazard RATIO 0,70; IC 95% 0,46-1,07; p = 0,1). A porcentagem de pacientes com DAC identificada foi igual nos dois grupos (25,7%).
Conclusão
Não houve diferença significativa entre os dois grupos, portanto a angioTC se apresenta como ferramenta diagnóstica inicial segura em pacientes com doença arterial coronariana estável e probabilidade pré-teste moderada.
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FONTE:
- DISCHARGE TRIAL GROUP. CT or invasive coronary angiography in stable chest pain. New England Journal of Medicine, v. 386, n. 17, p. 1591-1602, 2022
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