As principais atualizações para o manejo da parada cardiorrespiratória explicadas pela Sociedade Brasileira de Pediatria foram:
Ventilação de resgate durante o suporte básico
É Importante lembrar que se houver pulso palpável de 60 batimentos por minuto ou mais, em bebês (consideradas os < 1 ano) e em crianças (consideradas > 1 ano) mas a respiração estiver ausente ou inadequada, deve-se fornecer respiração de resgate a cada 2 ou 3 segundos (20 a 30 respirações por minuto).
Ventilação durante a reanimação cardiopulmonar (PCR) com via aérea avançada estabelecida
É aconselhável alcançar um intervalo de frequência respiratória de 1 ventilação a cada 2 a 3 segundos (20 a 30/min), sem interromper as compressões. Portanto, as compressões e ventilações são dissociadas quando há presença de uma via aérea avançada.
Tipo de cânula traqueal
Nessa nova diretriz da AHA, durante a parada cardiorrespiratória é aconselhável escolher tubos traqueais com balonete, ou seja, com cuff. Vale lembrar que a manobra de pressão cricoide não é mais recomendada pela AHA.
Administração precoce da adrenalina
Administrar a dose inicial de epinefrina em até 5 minutos depois do início das compressões torácicas se mostrou mais efetivo na realização dos estudos para a nova diretriz.
Obtenção de pressão arterial invasiva (PAI) para avaliar a qualidade da RCP
Quando houver disponibilidade de monitoramento por PAI, deve-se aferir a pressão arterial diastólica para avaliar a qualidade da RCP.
Situações especiais
- Choque séptico: Atentar-se para o início de volume precoce de 10 a 20 ml/kg quando há desconfiança de um paciente com choque séptico, assim como já iniciar adrenalina quando houver refratariedade ao volume de cristaloides.
- Choque hemorrágico pós-trauma: atentar para a necessidade de administrar derivados sanguíneos em vez de cristaloides
- Miocardite: é importante lembrar que essa condição pode vir a gerar uma PCR por arritmia e, por isso, a monitorização e tratamento em UTI é indispensável.
- Hipertensão pulmonar: o óxido nítrico ou prostaciclina devem ser utilizados como terapêutica inicial para a crise de hipertensão pulmonar.
Conclusão
Diante do exposto, o artigo cumpre o objetivo de sintetizar as demais atualizações sobre o manejo da parada cardiorrespiratória na Pediatria que foram realizadas pela AHA em 2020, traduzindo para uma linguagem acessível a todos os profissionais médicos.
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FONTE:
- Novas recomendações para parada cardiorrespiratória (RCP) em Pediatria: Guia da American Heart Association (AHA) 2020. Sociedade Brasileira de Pediatria. São Paulo, 2021 abril
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