Artigo publicado na revista Nutrients em julho de 2022, traz o resultado de dois estudos independentes e prospectivos acerca da associação entre uma dieta com baixo teor de carboidratos e a melhora do quadro de enxaqueca em pacientes previamente diagnosticados. A forma de medir continuamente a glicose, foi através de um dispositivo chamado sinCephalea que, de forma individual, fazia as medidas.
Ambos os estudos foram realizados por um período de 16 semanas, e nos dois a mesma conclusão foi obtida, a percepção na diminuição do número de episódios de cefaleia pelos pacientes. O intuito dos trabalhos foi buscar uma nova forma, dessa vez, não farmacológica de tratar a enxaqueca. O dispositivo sinCephalea foi programado para quantificar o nível de glicose pós-prandial no metabolismo do indivíduo, e em associação foi solicitada uma dieta pobre em carboidratos, que também era personalizada para cada paciente.
Todo o estudo esteve baseado no fato da enxaqueca ser a terceira doença mais comum no mundo. E com ela surgem muitos sintomas associados, como náuseas e vômitos e até sintomas temporários, como paralisias ou distúrbios visuais, que são eventos extremamente incapacitantes para quem convive com essa comorbidade.
O primeiro estudo focou em coletar pacientes com enxaqueca, já o segundo focou em realizar a intervenção e avaliar a eficácia do proposto. Ambos seguiram o mesmo modelo. Ao iniciar e ao terminar a avaliação, no decorrer das 16 semanas, os pacientes respondiam um questionário validado acerca de seus sintomas, chamado Headache Impact Test – 6 items (HIT-6), o Migrane Disability Score (MIDAS) e o quality of life (EQ5D-5L) no próprio aplicativo do sinCephalea. Esses foram os questionários recomendados pela Sociedade Internacional de Enxaqueca para implementação dos estudos com as medicações de profilaxia da cefaleia. Por isso, foram utilizados os mesmos parâmetros para comparar com a proposta do novo estudo.
Também foi observado que os pacientes reportaram redução significativa dos episódios de cefaleia e dos dias nos quais surgiam, acompanhado de melhora considerável na qualidade de vida e consequente diminuição da incapacitação nos dias que eram acometidos pela enxaqueca. No mais, ficou relatado a situação insuficiente para o acolhimento e tratamento de pacientes com crises de enxaqueca recorrente: 1/3 não eram tratados de acordo com os protocolos e ainda, que cerca de 80% de pessoas em uso de medicação profilática abandona com um ano de uso. Diante disso, o maior ganho desses estudos foi que com o sinCephalea, os pacientes tiveram uma melhora na qualidade de vida, puderam entender a sua doença e como seu metabolismo pode ajudar nesse ganho de qualidade de vida.
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