A falha na Saúde do Homem: os homens devem ser incluídos na agenda global de equidade em saúde.
Os desfechos de saúde continuam a ser piores entre jovens e adultos do sexo masculino do que no sexo feminino e ainda assim há pouca atenção global de profissionais de saúde e planejadores de políticas de saúde para esse grupo. A expectativa de vida de mulheres continua sendo maior do que a de homens e ao longo dos anos, a expectativa aumenta de uma forma geral, pelo avanço de técnicas diagnósticas e terapêuticas, mas observou-se um aumento ainda maior para mulheres (aumento de 61 para 73 anos) do que para homens (56 para 67 anos).
Uma revisão da OMS europeia mostra que essas taxas de sobrevivência piores dos homens é devido a diversos fatores, como exposição ocupacional a substâncias químicas e esforço físico maior, comportamentos associados a paradigmas da masculinidade e aventuras perigosas e maior relutância a ir para consultas médicas e menor tendência a relatar sintomas para médicos. Mais homens morrem por doenças relacionadas com o abuso de álcool, por ser uma substância muitas vezes associada ao nível de masculinidade, pela ideia de que “eleva ou mantém o status social”, principalmente em certos países, como a Rússia. Além disso, entre os top 10 fatores de risco de mortalidade, todos são mais comuns em indivíduos do sexo masculino. Diversos estudos recentes demonstram que certas “noções acerca da masculinidade” não só aumentam o risco de contrair infecções sexualmente transmissíveis, como também o inibem de realizar os testes e obedecer a instruções da enfermagem.
Para melhorar as medidas públicas acerca da saúde do homem, deve-se estabelecer 3 alvos: o primeiro é de anular estereótipos por meio da educação, em escolas; o segundo é promover a saúde do homem no local de trabalho; a terceira área que deve ser investida por políticas públicas é a de grupos marginalizados ou de minoria, como encarcerados e homossexuais. Está na hora de não só reconhecer os benefícios que isso traz aos homens, mas o potencial impacto que isso tem para as mulheres, crianças e sociedade no geral.
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FONTE:
- Baker P, Dworkin SL, Tong S, Banks I, Shand T, Yamey G. The men's health gap: men must be included in the global health equity agenda. Bull World Health Organ. 2014 Aug 1;92(8):618-20. doi: 10.2471/BLT.13.132795. Epub 2014 Mar 6. Erratum in: Bull World Health Organ. 2014 Sep 1;92(9):629. PMID: 25197149; PMCID: PMC4147416.
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